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Vila de Rei recebeu, no dia 25 de Fevereiro, a primeira sessão da iniciativa “Encontros Documentais”, este ano subordinado ao tema “Formar e Educar”.
Com uma plateia composta por 50 pessoas, e com a temática de Museus como pano de fundo, a iniciativa contou, na parte da manhã, com as palestras dos oradores Andreia Domingos, do Município de Vila de Rei, Aida Rechena, diretora do Museu Tavares Proença Júnior, e do museólogo António Nabais.
Pela tarde, os participantes saíram para Tomar onde visitaram o Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos e a Biblioteca do Instituto Politécnico de Tomar, com o acompanhamento de Leonor Loureiro e Filomena Paixão, responsáveis por estas infraestruturas.
A iniciativa “Encontros Documentais tem o objetivo de reunir técnicos, especialistas, académicos e peritos com nome firmado nestas áreas, debatendo assuntos considerados importantes quer para a profissão em si quer para os serviços e cidadãos.
A próxima sessão dos “Encontros Documentais” terá lugar no dia 26 de Março, com especial incidência na temática de Arquivos.
Filomena Paixão, desempenha as funções de Diretora, como Assessora Responsável pelos Recursos Humanos, Técnicos e Materiais, do Centro de Documentação e Arquivo do Instituto Politécnico de Tomar, que engloba a Biblioteca Central, a Biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes e o Arquivo Intermédio e Histórico, do Instituto Politécnico de Tomar.
Por protocolo estabelecido entre o Instituto Politécnico de Tomar e a Associação dos Amigos da Sinagoga de Tomar, receberam no Arquivo Histórico do IPT, o Espólio Bibliográfico do Museu Luso Hebraico da Sinagoga de Tomar. Era importante conservar e disponibilizar aquele espólio, que se encontrava em perigo de deterioração e sem condições mínimas de preservação. Encontrava-se num anexo da Sinagoga em edifício devoluto e em perigo de degradação ou mesmo perda total.
Foi criada no CDA/IPT uma base de dados, inserida na base bibliográfica já existente no IPT, mas com entrada devidamente diferenciada, onde após catalogados, é agora possível pesquisar sobre a sua existência, para que investigadores ou meros estudiosos sobre os Estudos Hebraicos possam tomar conhecimento do espólio bibliográfico e a ele ter acesso.
Integra o corpo docente do IPT.
É detentora do Máster en Documentación, da Universidad de Alcalá, com o título: “Los Editores y Libreros y la edición en Portugal” sob orientação do Professor Doutor Emílio Torné Valle.
Doutoramento, defendeu o Trabalho de investigação, (DEA), com o título: El “Gremio Nacional de Editores y Libreros” frente al Regimen Corporativo del Estado Nuevo Portugués (1930-1974), na Universidade Complutense de Madrid.
Realizou vários Cursos I e II Curso de Arquivística Religiosa, na Universidade Católica Portuguesa em colaboração com o Instituto dos Arquivos Nacionais/ Torre do Tombo, ministrado pelo Professor Doutor José Mattoso.
Com a Pós – Graduação: Curso de Especialização em Ciências Documentais, (Biblioteca e Documentação), da Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra.
Licenciatura em História da Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra.
Resumo da apresentação:
Fará a visita ao Centro de Documentação e Arquivo do IPT.
Leonor Loureiro é conservadora-restauradora de documentos gráficos, formada pela Escola Superior de Conservação e Restauro (1999). Possui mestrado em paper conservation pelo Camberwell College of Arts / University of the Arts London (2003), como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Encontra-se atualmente a desenvolver a sua tese de doutoramento na mesma universidade. Ao longo da sua carreira tem colaborado com diversas instituições, das quais se destacam a Biblioteca Nacional, Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, Instituto da Vinha e do Vinho, a Biblioteca da Faculdade de Direito de Lisboa, e o Instituto Português de Conservação e Restauro / IMC. Desenvolveu inúmeros trabalhos particulares na área de conservação e restauro de papel (desenhos, cartazes, serigrafias, gravuras, entre outros), tendo ainda colaborado em diversas exposições e com a Leiloeira Pedro de Azevedo Lda.
Foi bolseira de investigação no Instituto de Investigação Científica e Tropical e bolseira da FCT / UNL.
Leccionou no Centro de Estudos, Línguas e Formação do Funchal(CELFF) do Arquivo Regional da Madeira, e desde 2008, integra o corpo docente do IPT, onde lecciona nos Cursos de Licenciatura e Mestrado em Conservação e Restauro, na Pós-Graduação em Ciências Documentais, no Curso avançado de Arqueológia e Conservação e Restauro Subaquática e Mergulho Científico e no CET do CEARTE para a formação de Técnicos Especialistas em Conservação e Restauro de madeiras (Escultura e Talha).
É responsável pelo Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos do IPT.
Resumo da apresentação:
Fará a visita ao Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos do IPT.
António José Castanheira Maia Nabais, é licenciado em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1975). Tem curso de Pós-Licenciatura em Museologia pelo IPPC (Instituto Português de Museus -1983), com estágio de "Museologie Nouvelle et Experimentation Sociale", em Grenoble (1983).
Foi responsável pela organização e desenvolvimento de vários museus, tais como:
Ecomuseu Municipal do Seixal; Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo; Museu da Guarda; Museu de Escalhão; Museu das Técnicas Rurais – Museu Municipal de Oliveira de Frades; Museu Municipal de Alcochete; Museu da Água de Manuel da Maia - EPAL, que recebeu o Prémio do Conselho da Europa (1990); Museu do Vinho, no Redondo; Museu do Vinho, no Pico, Açores; Museu de Santa Maria, Açores; Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima; Exposição de Arqueologia Industrial "Um Mundo a Descobrir, Um Mundo a Defender", na Central Tejo (1985); Museu do Café DELTA, em Campo Maior; Museu de Angra do Heroísmo, nos Açores; Núcleo Museológico de Aldeia da Ponte; Museu do Sporting Clube de Portugal; Museu Manuel Cargaleiro (2005); Moinho do Papel, em Leiria (2009); Agromuseu – Ortigosa – Leiria (2009); Museu Municipal de Almeirim (2012); Unidades Museológicas em Vila Velha do Ródão (2012 – 2013);Museu Etnográfico do Rancho Folclórico da Ribeira de Santarém; Museu da Farinha, em S, Domingos, Santiago do Cacém (2014); Museu do Calendário Agrícola, em Benfica do Ribatejo, em organização; Museu Oficina Manuel Cargaleiro, no Seixal (em execução) Museu do Barrocal – Paderme – Albufeira (em organização)
Realização de conferências, seminários e cursos subordinados aos temas Museus e Património em vários estabelecimentos de ensino do país e do estrangeiro, nomeadamente, na Escola Superior de Educação de Setúbal, na Universidade Nova de Lisboa, na Escola Superior de Belas Artes, de Lisboa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na Universidade Autónoma de Lisboa, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, na Universidade Internacional da 3.ª Idade, na Universidade do Quebec e da Concordia de Montreal, no Canadá, Universidade de Santiago de Compostela e Universidade Nacional de Educação à Distância (III Curso de Museologia: Museo y población), em Saragoça, Espanha, no Musée du Bateaux, em Douarnenez, em França, em Bissau, na República da Guiné-Bissau.
Membro da APOM (Associação Portuguesa de Museologia) e presidente da Direção durante dois mandatos, e atualmente Presidente da Assembleia Geral; membro do ICOM (International Council of Museums); membro fundador do MINOM (Movimento Internacional para a Nova Museologia); membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, TAGUS UNIVERSALIS, LPV Museu do Bem Estar (Santarém),Liga dos Amigos do Museu de Arte Sacra e Etnologia (LAMASE), em Fátima, dos Missionários da Consolata, Presidente da Assembleia Geral.
Com alguns livros e textos publicados:
- Barcos, edição da Câmara Municipal do Seixal, 1982; Barcos. in "Dicionário da Cidade de Lisboa", 1994.
- História do Concelho do Seixal. 1 - Cronologia, edição da Câmara Municipal
do Seixal, 1982;
- Museu Municipal do Seixal, in "Almadan", n.º 1, Centro de Arqueologia da Almada, 1983, pp. 37 e 38;
- Le Musée Municipal do Seixal: un écomusée de developpement, in "Museum", n.º 142, UNESCO, 1984.
- Os Forais de Almada e o seu Termo. 1- Subsídios para a História de Almada e do Seixal, edição das Câmaras Municipais de Almada e Seixal, 1983 (em colaboração);
- Museologia, Museografia, Museus ..., in "Almadan", n.º 3, 1984;
- Porto de Lisboa - Subsídio para o estudo das obras, Equipamentos e Embarcações na Perspectiva de Arqueologia Industrial, Lisboa, Edição da Administração Geral do Porto de Lisboa, 1985 (em colaboração);
- O Desenvolvimento dos Ecomuseus em Portugal, in "Museum", n.º 148, UNESCO, 1985;
- Colaboração no "Dicionário Ilustrado da História de Portugal" publicado pela ALFA , em 1985, temas: Museologia, Património Cultural e Jogos.
Resumo da apresentação:
O MUSEU PARA "FORMAR E EDUCAR" EXIGE UM CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
1. A criação de um museu depende essencialmente de um “centro de documentação” (espaço ou espaços com documentação referente à temática ou temáticas do património museológico). A minha primeira experiência museológica surgiu a partir da recolha de documentação (Ecomuseu Municipal do Seixal) e não fiz programa museológico sem o recurso a este material.
A programação de muitos museus não prevê o centro de documentação, mas não esquece a cafetaria ou o restaurante. Tudo isto se explica pelo amadorismo e leviandade com que se aborda a criação ou reformulação de um museu.
2. A documentação é fundamental para o desempenho normal das atividades dum museu; é utilizada como uma fonte básica de informação sobre o objeto ou sobre o património museológico:
- gestão das colecções (segurança, conservação preventiva, controlo);
- definição da política de incorporações;
- investigação
- exposição
- edições
- serviço educativo.
Muitos museus têm as coleções de objetos pobremente documentadas, e, pela ausência de informação, perdem a sua função museológica.
Toda a dinâmica e inovação de um museu dependem do centro de documentação: quer sejam museus de história ou monográficos, quer sejam de história de arte ou de história natural.
3.O museu é essencialmente um centro de documentação, onde se incorpora, organiza, investiga e divulga informação.
4.«O registo e documentação das colecções de acordo com normas apropriadas é uma obrigação profissional essencial. É particularmente importante que esta documentação inclua a descrição completa de todos os objectos, a sua proveniência e origem e as circunstâncias de entrada no museu. Os dados sobre as colecções devem ser actualizados e enriquecidos enquanto o objecto fizer parte da colecção do museu. Esta documentação deve ser conservada em segurança e gerida segundo sistemas de pesquisa acessíveis ao pessoal e a outros utilizadores legítimos» (ICOM).
«O inventário museológico deve ser complementado por registos subsequentes que possibilitem aprofundar e disponibilizar informação sobre os bens culturais, bem como acompanhar e historiar o respectivo processamento e actividade do museu» (Lei Quadro dos Museus Portugueses, Lei n.º 47/2004, 19 de Agosto)
DOCUMENTAÇÃO – é a informação que se recolhe sobre cada um dos objetos da coleção: parte desta informação obtém-se no momento da incorporação do objecto, outra adquire-se através da investigação.
5.Profissionais especializados, espaços e equipamentos adequados para o funcionamento do centro de documentação de um museu. Bibliotecas especializadas. O recurso às novas tecnologias: informática, registo sonoro, fílmico, digital. De qualquer modo, não se deve pôr de lado o processo manual.
Orçamentos suficientes.
08.01.2015
António Maia Nabais
Aida Maria Dionísio Rechena é doutora em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (2011) com a tese “Sociomuseologia e Género: imagens da mulher em exposições de museus portugueses”. É mestre em Museologia (ULHT – 2003) com a dissertação “Processos museológicos locais. Panorama museológico da Beira Interior Sul”. Especializada em Arqueologia (Universidade Autónoma de Lisboa – 1993) e licenciada em História (Universidade de Lisboa – FLL _ 1985).
É diretora do Museu Francisco Tavares Proença Júnior (desde 2005) e do Museu da Guarda (desde 2012).
A investigação insere-se nas áreas da museologia, sociomuseologia, género, comunicação inclusiva em museus, exposições museológicas com uma perspetiva de género.
É autora de artigos publicados em revistas especializadas de que se destacam:
“Museologia social e Género.” (2014). In: Cadernos do CEOM– Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina – Museologia Social; ano 27, n.º 41; pp. 153 – 174. UNOCHAPECÓ: Santa Catarina.
“Mulheres em museus de arqueologia ou a face oculta de Eva. (2014). In: ICOM.ES. Madrid.
“Teoria de las representaciones sociales y los visitantes de museos”. (2013). In: ISS – ICOFOM Study Series, 42: 183-195.
“Sociomuseología y Género: una experiência de comunicación inclusiva en el Museo de Francisco Tavares Proença Júnior”. (2012) In: ETNICEX - Revista de Estúdios Etnográficos, n.º 4: 91-102 Cáceres: APEA.
“Museologia (d)e Género”. (2012). In: Asesio, M; Pol, E; Asenjo, E;.; & Castro, E. (Eds). Nuevos Museos, nuevas sensibilidades. SIAM – Series de Investigación Iberoamaericana de Museologia. Año 3, vol. 4: Madrid: Universidade Autónoma de Madrid.
“Empowering women in museums: the process.” (2012) In: ISS - ICOFOM Study Series, n.º 41: 277-287 Tunis: ICOFOM.
Desenvolveu três projetos premiados pela APOM – Associação Portuguesa de Museologia.
Resumo da apresentação:
O Objeto Museológico como Documento
Todos os objetos musealizados têm um valor como documentos e é através deles que o museu reflete sobre a realidade.
No entanto é frequente no processo de musealização, ou seja no decurso da cadeia operatória que transforma um objeto (uma coisa) num bem musealizado (bem cultural), perder-se essa noção de documento. O objeto passa a ser visto, analisado e apresentado referindo-se exclusivamente às suas características físicas e materiais (datação, matéria, dimensões, técnica).
Como fazer para não perdermos todo o potencial documental dos objetos musealizados é o objetivo desta apresentação.
Andreia Filipa Gaspar Domingos, actualmente a frequentar o 3.º ano da Licenciatura de Gestão Turística e Cultural, no Instituto Politécnico de Tomar, nasceu a 2 de Dezembro de 1979, residindo desde essa data em Vila de Rei.
É desde Abril de 1998 até à actualidade funcionária da Câmara Municipal de Vila de Rei, no momento desempenha funções na Secção de Turismo e Cultura.
Ao longo da sua carreira, além de já ter trabalhado um pouco em todas as áreas do Município, sendo isso uma mais-valia para o seu crescimento profissional, actualmente desenvolve actividades nas áreas de cultura e turismo do Município, bem como, organização de eventos da mesma.
Resumo da apresentação:
Como funcionária do Município de Vila de Rei na área de turismo, património e cultura, identifiquei um “problema” que é comum a muitos dos Municípios e equipamentos patrimoniais. Este tem a ver em parte, com o facto de dotar os elementos que se encontram a trabalhar em museus, de “ferramentas” teóricas e práticas, que os tornem capazes de desenvolver a sua actividade, ou seja, o correcto atendimento num Museu, mesmo não sendo técnico da área.
Pretende-se assim, criar uma base de um manual de atendimento em Museus e equipamentos culturais, em que os seus conteúdos possam ser adaptados a cada finalidade. Este manual pode ainda ser elemento de formação aos funcionários que vão sendo destacados para os lugares como responsáveis pelo atendimento aos nossos Museus e equipamentos culturais.
Este manual tem por base legal o Código de Ética para Museus sendo este composto por documentos básicos do International Council of Museums (ICOM), a mais importante entidade museológica internacional.
Olá a todos!
A nossa primeira sessão de “Encontros Documentais – Museus” terá como principal temática “Formar e Educar” e contará com as presenças dos oradores:
- Andreia Domingos – Município de Vila de Rei;
- Aida Rechena - Diretora do Museu Francisco Tavares Proença Júnior e do Museu da Guarda;
- António Nabais - Museólogo e Presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Museologia;
- Leonor Loureiro – responsável pelo Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos do Instituto Politécnico de Tomar;
- Filomena Paixão – responsável pelo Centro de Documentação e Arquivo do Instituto Politécnico de Tomar, Biblioteca do IPT, Biblioteca Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, Arquivo Intermédio e Histórico do IPT.
A data: 25 de fevereiro de 2015, pelas 9h30, na Biblioteca Municipal José Cardoso Pires em Vila de Rei.
A iniciativa é organizada pelo Município de Vila de Rei - Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, Arquivo Municipal, Museu Municipal de Vila de Rei, Rede de Bibliotecas escolares, Rede Concelhia de Bibliotecas de Vila de Rei e Agrupamento de Escolas de Vila de Rei.
Pretende-se nesta primeira sessão proporcionar uma reflexão em torno de temas e problemáticas relacionadas com a Museologia, a preservação, conservação, comunicação e divulgação com o propósito de promover as boas práticas museológicas, de modo a contribuir para a salvaguarda do Património cultural e consequentemente, contribuir para o desenvolvimento cultural integrado da comunidade local, regional e nacional.
Até lá…