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Para memória futura, fica o registo fotográfico de um ótimo e frutífero encontro.
Da natureza, pertinência e profundidade científica das apresentações, impõe-se a certeza da mais que viabilidade e imprescindibilidade dos nossos serviços de arquivo.
Bem-haja a todos quantos nele participaram, quer como oradores, intervenientes e/ ou participantes!
Esperamos, sempre, que nos possamos voltar a encontrar.
Encontra disponivel mais informação em:
https://www.facebook.com/encontros.documentais
Acondicionamento e conservação de documentos gráficos
- O arquivo do Jornal da Mealhada -
Oficina de conservação de documentos gráficos destinada a público de bibliotecas e arquivos, que visa a identificação de danos comuns em documentos com suporte de papel e a aprendizagem de metodologias de conservação como higienização, intervenções mínimas de estabilização e acondicionamento.
Pretende que se adquira conhecimentos teóricos/práticos referentes à planificação e execução de operações de conservação e restauro de livros, identificando os factores que afectam e deterioram as colecções.
PLANO
Nota Biográfica e Curricular
Maria do Céu Ferreira é Mestre em Conservação e Restauro pela Universidade de Coimbra.
Iniciou o seu percurso profissional em 1995/97 com os cursos de “Encadernador” e “Encadernador/Dourador Manual”, com o total de 1918 horas, ministrados pelo Mestre Eliezer Fonseca, tendo terminado os mesmos com as classificações de 18 e 16 valores, respetivamente.
Após o curso de “Encadernador” foi estagiar na Escola-Oficina de Encadernação da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, tendo concluído o estágio com a classificação de “Muito Bom”.
Em 1997 foi estagiar, durante 9 meses, nas Oficinas de Encadernação e Decoração de Livros na Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, sendo que no final do estágio, obteve a classificação de “Bom”, foi convidada a permanecer nas oficinas, tendo como chefes a Mestre Graça Jordão e o Mestre Manuel Mourão.
Em 2001, após ter sido convidada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional a ministrar cursos de Encadernação, Conservação e Restauro de Livros, decidiu sair da FRESS em 2002, por incompatibilidade de horários.
Desde 2001 até à atualidade, não só ministrou formação (de longa e curta duração), para escolas/centros profissionais, bibliotecas públicas e outras instituições, como frequentou regularmente cursos, workshops e seminários, relacionados com a área do livro e das bibliotecas/arquivos, no sentido de enriquecer os seus conhecimentos e dar resposta às novas exigências (da formação e do mercado de trabalho). Em 2016 frequentou o curso “LAS TINTAS METALOÁCIDAS. TRATAMIENTOS DE CONSERVACIÓN-RESTAURACIÓN” no Taller de Restauració del Monestir de Sant Pere de les Puel·les.
Participou em concursos internacionais de encadernação; é coautora do “Manual Técnico - Encadernação Tradicional para Formadores/Formandos”, o qual obteve pelo avaliador a classificação de 78 valores numa escala de 0 a 100.
Durante 7 anos foi colaboradora na Conservação e Restauro do património edificado da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer.
Em 2010, decidiu criar uma Empresa de Encadernação, Conservação e Restauro de Livros, sendo que no ano de 2011 abriu em Coimbra a sua oficina chronospaper® (registada no INPI- Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Esta oficina tem como colaboradores, profissionais nas seguintes áreas: História da Arte, Biblioteca, Arquivo, Conservação Restauro, Arquitetura, entre outros.
Durante todos estes anos, prestou serviços de Encadernação, Conservação e Restauro de Livros para Empresas de Conservação e Restauro, entre estas podemos destacar o Instituto de Conservação e Salvaguarda do Património, Lda. a Conserva-me®, assim como para entidades públicas e privadas, salientando-se as seguintes: Câmara Municipal de Coimbra, Câmara Municipal de Águeda, Câmara Municipal da Mealhada, Câmara Municipal de Ílhavo, Câmara Municipal de Vila de Rei, Câmara Municipal de Ourém, Câmara Municipal de Penela, Câmara Municipal de Mortágua, Museu Nacional Machado de Castro, Ordem dos Farmacêuticos do Centro, Tribunal da Relação de Coimbra, Colégio São Teotónio, Confraria da Rainha Santa Isabel, Fundação Bissaya Barreto, Escola Avelar Brotero , Fundação Escola Profissional de Setúbal, Arquivo Municipal do Porto, Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, Santa Casa da Misericórdia de Galizes, Cáritas Diocesana de Coimbra, Fábrica da Igreja dos Olivais, Fábrica da Igreja da Sé Velha, Universidade Agostinho Neto – Luanda, Angola, Instituto Superior de Educação de Coimbra, Escola Superior de Enfermagem, assim como para diversos Institutos e faculdades da Universidade de Coimbra incluindo a Biblioteca Geral e Biblioteca Joanina.
No ano de 2012, criou um grupo de voluntariado para a Conservação e Restauro do acervo bibliográfico da CRSI- Confraria da Rainha Santa Isabel. Presta ainda serviços de consultoria, na área da Conservação e Restauro de Livros, para o Mosteiro de Bande, assim como para outras empresas de Conservação e Restauro do Património.
Nos últimos anos tem colaborado na execução de livros de artista para escritores, pintores, fotógrafos, arquitetos e alunos de diversas instituições e escolas de Artes e Design.
O arquivo do Jornal da Mealhada
O Arquivo do Jornal da Mealhada, propriedade da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, foi inaugurado no dia 23 de agosto de 2015, data em que o jornal [Jornal da Mealhada] comemorou o seu 30º aniversário.
No arquivo podem ser consultadas todas as edições em formato de papel e on line, todos os documentos originais que deram origem à composição final do jornal, documentos da contabilidade, talões de pagamento de assinaturas, mas acima de tudo, memórias e histórias dos mealhadenses que ficaram guardadas em papel.
Também as fotografias que acompanham as notícias estão preservadas naquele espaço.
Por forma a salvaguardar o espólio documental, todos os jornais se encontram digitalizados, assim como os respetivos negativos e fotografias.
De modo a permitir uma pesquisa célere, os títulos de todas as notícias estão a ser copiados para uma base de excel.
O arquivo está disponível para consulta todos os dias úteis (9.30h às 16.30).
Nota Biográfica e Curricular
Cláudia Emanuel, 40 anos, natural de Vacariça, Mealhada, mestre em Património Artístico e Conservação e Doutoranda em Conservação de Bens Culturais na Universidade Católica do Porto. Atualmente é Conservadora de Património (Arquivo e Património) na Santa Casa da Misericórdia da Mealhada.
CURRICULO PROFISSIONAL
Entre 1999 e 2011 lecciona no ensino público e privado (Básico e secundário) as disciplinas artísticas (História da Arte, Oficina de artes, Arte e design, Educação Visual, Educação Visual e Estética, Meios de expressão Plástica e Educação Tecnológica).
2013 até ao presente: Conservadora de Património (Arquivo e Património) na Santa Casa da Misericórdia da Mealhada.
CURRICULO ESCOLAR
Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Tecla – Coimbra.
Entre 2001 e 2015 frequentou no Centro de Formação Profissional do Artesanato – CEARTE – os seguintes cursos: Azulejaria; Pastas e Vidrados; Projectos para a cerâmica; Rakú; Vitral Tiffany e Calha de Chumbo; Decoração Cerâmica; Fusing e Termoformando; Azulejaria de aresta; Técnicas de ilustração; Serigrafia têxtil; Moldes para a cerâmica; Técnicas de tecelagem; Revestimentos cerâmicos aplicados à arquitectura; Técnicas de Feltragem Manual; Porcelana á Lastra; Mosaico com Vidro; Construção de caixas de arquivo; Técnicas de encadernação tradicional.
2003 – Curso de História de Arte Moderna e Contemporânea (Orientado pelo dr. Fernando Pernes) – Coimbra.
2005 – Curso livre de «Conservação e restauro de núcleos históricos». FLUP, Porto.
Curso «Concepção e desenvolvimento de projectos cerâmicos para arquitectura» (Orientado pelo mestre Eduardo Nery). Cencal, Caldas da Rainha.
2006 – Curso livre de «A pintura mural: Técnicas de execução, causas de alteração e processos de conservação. A pintura a fresco em Portugal». FLUP, Porto.
2007 - Mestrado em Património Artístico e Conservação pela Universidade Portucalense, Porto, com dissertação subordinada ao tema «Artes decorativas nas fachadas da arquitectura bairradina. Azulejos e fingidos (1850-1950)».
PRÉMIOS
2012 – Prémio: Investigação – História da Arte. “Artes decorativas nas fachadas da arquitectura bairradina. Azulejos e fingidos 1850-1950”. Prémios SOS Azulejo 2011.
PUBLICAÇÕES
2005 – “A festa na Mealhada” – Revista do GEDEPA, Pampilhosa (Dez. 2005), p. 59-72.
2010 – “Os azulejos de Jorge Rey Colaço no Hospital António Lopes, na Póvoa de Lanhoso”. In Matrizes da investigação em artes decorativas, CITAR, Universidade Católica Portuguesa, Porto, p. 107-126.
2014 – “A construção da Igreja Paroquial da Mealhada”. Ed. Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, Mealhada, 2014.
2015 – “Artes decorativas nas fachadas da arquitectura bairradina. Azulejos e fingidos (1850-1950)”. Ed. Câmara Municipal da Mealhada, 2015.
EXPOSIÇÕES ARTÍSTICAS Entre 1999 e 2002: 11 Exposições Individuais e 17 colectivas.
Interrogar as Fotografias
Oficina
Consiste esta oficina em observar fotografias deterioradas, exemplos reais das coleções da LUPA. Pretende-se incentivar os alunos a reconhecer e identificar as deteriorações em cada fotografia e encontrar padrões de deterioração, que nos podem sugerir / ensinar a causa da deterioração. Interrogar as fotografias pretende tirar lições para melhor proteger e preservar as nossas coleções de fotografia.
Destina-se a máximo de 12 alunos, com conhecimentos em fotografia, responsáveis que tenham a seu cargo bibliotecas, arquivos, museus e coleções com fotografia.
Plano da Formação, duração total de 3 horas, distribuídas desta forma:
Sessão teórica 1, de 15 minutos, apresentação de formas de deterioração de provas, os nomes e em que consistem.
Sessão prática 1, de 45 minutos – observar provas deterioradas distribuídas numa mesa, alunos circula em torno da mesa, identificam a deterioração e tentam encontrar o padrão da deterioração, preenchem um questionário impresso.
Sessão de crítica 1, de 15 minutos – conclusões e lições para atuações de preservação.
Intervalo de 15 minutos.
Sessão teórica 2, de 15 minutos, apresentação de formas de deterioração de negativos e diapositivos a cor, os nomes e em que consistem,
Sessão prática 2, de 45 minutos – observar negativos e diapositivos deteriorados (distribuídos sobre uma mesa, alunos circulam em torno da mesa), identificam a deterioração tentam encontrar algum padrão da deterioração, preenchem um impresso.
Sessão de crítica 2, de 15 minutos – conclusões e lições para atuações de preservação.
Conclusões, de 15 minutos, condições ambientais desejadas para cada material e apresentação de algumas embalagens de preservação para fotografias.
Luis Pavão
Nota biográfica
Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, 1981. Mestrado pelo Rochester Institute of Technology, 1989, Master of Fine Arts on Photography, Museum Science. Desde 1979 fotógrafo free lancer no ramo da fotografia de arquitetura e etnográfica, trabalho pessoal nos campos da fotografia panorâmica e impressão fotográfica por processos alternativos. Fundador e gerente da LUPA (Luis Pavão Limitada), especializada em conservação e digitalização de coleções de fotografia. É conservador das coleções de fotografia do Arquivo Municipal de Lisboa. Professor na Escola Superior de Tecnologia de Tomar, lecionando tecnologia da fotografia e processos fotográficos alternativos. Autor de Tabernas de Lisboa, Fotografias de Lisboa à Noite, Assírio e Alvim, (1979 e 1983), Conservação de Colecções de Fotografia, Dinalivro 1997, Lisboa em vésperas do terceiro Milénio, Assírio e Alvim, 2002.
Email: lupa@lupa.com.pt
Práticas de gestão documental em fundos municipais
A Casa Sommer, Centro de História de Cascais
Fundado a 25 de agosto de 1987, o Arquivo Histórico Municipal de Cascais tem por missão a recolha, organização, preservação e difusão da documentação de conservação permanente à sua guarda, fundamental para a reconstituição do passado do município. Para além da gestão do arquivo da Câmara Municipal, este serviço assegura o tratamento de outros acervos considerados de interesse para a história de Cascais, recebidos por compra, depósito ou doação, função que o PRADIM – Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse Municipal – tem vindo a estimular desde 2006.
O projeto de informatização iniciado em 2008, que esteve na origem do Arquivo Histórico Digital de Cascais, facilitou a comunicação da documentação, permitindo a consulta pública de descrições e digitalizações de milhares de registos, em constante atualização.
Em 2016, na sequência de profunda intervenção de reabilitação, a Casa Sommer, o mais emblemático exemplar de arquitetura neoclássica em Cascais, passou a albergar o Arquivo Histórico Municipal, propiciando as condições ideais para a preservação, tratamento e difusão da valiosa documentação a cargo do município, de 1387 a 2016, datas extremas das fontes que disponibiliza para consulta, atualmente organizadas em 91 Fundos e Coleções. O Arquivo Histórico Municipal pretende, assim, afirmar-se enquanto Centro de História Local, com vista ao desenvolvimento de um projeto aberto à investigação e à comunidade, com forte dinâmica ao nível da difusão de informação de interesse para a história do concelho, numa relação de proximidade com outros equipamentos de interesse cultural.
João Miguel Henriques
Nota biográfica
Licenciado em História, Mestre em História Contemporânea, Pós-graduado em Ciências Documentais (Arquivo) e Doutor em História Contemporânea. Chefe da Divisão de Arquivos, Bibliotecas e Património Histórico da Câmara Municipal de Cascais.
No âmbito da gestão da informação e documentação administrados pelos arquivos municipais, com vista à sua preservação, tratamento, comunicação e difusão é, entre outros projetos, responsável pelo Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse Municipal, pelo Arquivo Histórico Digital de Cascais, disponível em http://www.cm-cascais.pt/arquivohistoricodigital, pela reinstalação do Arquivo Histórico Municipal de Cascais na Casa Sommer e pela gestão do Museu da Vila.
Coordenou diversas exposições, edições e encontros sobre história de Cascais.
Principal obra escrita: Cascais: Do final da monarquia ao alvorecer da república (2001); S. João do Estoril e os Banhos da Poça (2003); Cascais: Aqui nasceu o futebol em Portugal (2004); História da freguesia de Cascais: 1870-1908 (2004); Cascais em 1755: Do terramoto à reconstrução (2005); História da vela em Cascais (2007); D. Carlos de Bragança: Instantes da vida de um rei em Cascais (2008); O passado nunca passa: Coleção José Santos Fernandes (2010); Cem anos a ensinar: Colégio da Bafureira, 1910-2010 (2010); O Estoril e as origens do turismo em Portugal (2011), Da Riviera Portuguesa à Costa do Sol: Fundação, desenvolvimento e afirmação de uma estância turística, 1870-1930 (2011); Guia Digital do Arquivo Histórico Municipal de Cascais (1.ª ed. 2012; 2.ª ed. 2013; 3.ª ed. 2014; 4.ª ed. 2015; 5.ª ed., 2016), Branquinho da Fonseca: Um escritor na biblioteca, (2012); Cascais: 650 Anos de História (2013); Cascais: Território | História | Memória (1.ª ed. 2014; 2.ª ed. 2015); 1914-1918: Cascais durante a I Guerra Mundial (2014); coord. Arquivo de Cascais; História | Memória | Património (2015); coord. Atas do Seminário Os 100 Anos do Projeto Estoril: 1914-2014 (2016) e 500 anos do foral manuelino de Cascais: 1514-2014 (2017).
Como se "fabrica" o património arquivístico: políticas e boas práticas
Para os profissionais da informação, ligados mais propriamente à arquivística, falar de Pedro Penteado é não só falar de um diretor de serviços – DGLAB mas também, e principalmente, de um renomeado arquivista, dedicado «participante ativo na construção da sociedade do conhecimento» - nas suas próprias palavras.
É para a organização dos Encontros Documentais Arquivo uma honra e privilégio poder contar com tão prestimosa colaboração.
Resumo: Apresentam-se as principais políticas de identificação, salvaguarda e valorização de património arquivístico e as boas práticas para a sua constituição. Demonstra-se que se trata de um processo que deve ser contruído desde o momento de produção da informação/ documentação nas organizações, sendo destacado o caso da gestão de documentos nas câmaras municipais e o papel dos seus serviços de arquivo na “fabricação” controlada de património arquivístico. A abordagem inclui a noção de património digital. A comunicação indica as vias que podem constituir a estratégia municipal neste âmbito, referindo-se a ações de inventariação e classificação patrimonial, diagnóstico, apoio técnico, recolha/aquisição de conjuntos patrimoniais de valor local/regional, etc, num ambiente de colaboração com outras entidades parceiras e desenvolvido com base em regras consertadas e princípios éticos. Por fim, demonstra-se como estes processos, bem desenvolvidos, fornecem um enorme potencial de exploração e de utilização para fins culturais e educativos, particularmente em projetos que pertendem reforçar a identidade pessoal, organizacional e coletiva. Apresentam-se alguns projetos em curso na Direção-Geral do livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), órgão de coordenação da política arquivística nacional, que podem apoiar e fomentar esta perspetiva.
Breve apresentação:
Pedro Penteado é Diretor de Serviços de Arquivística e Normalização da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Neste contexto, coordenou o Diagnóstico à situação arquivística do Estado, no âmbito da medida 15 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 12/2012, de 7 de Fevereiro. Participou no Grupo de trabalho para a Gestão de documentos na Administração Pública, criado no âmbito da Rede Interministerial para as TIC / AMA - Agência para a Modernização Administrativa. Representa a DGLAB no grupo de trabalho da AMA no projeto piloto de interoperabilidade na Administração Pública (plataforma IAP). É responsável pela coordenação do Programa Administração Eletrónica e Interoperabilidade Semântica (PAEIS) e pela Macroestrutura Funcional (MEF). Coordenou a Equipa de acompanhamento do Projeto de Levantamento de processos da Administração Central do Estado. Coordenou as “Orientações para a gestão de documentos de arquivo no contexto de uma reestruturação da Administração Central do Estado” (1.ª e 2.ª edição). É o responsável pela coordenação do Programa de auditorias a sistemas de arquivo da DGLAB desde 2008. Representa a DGLAB na Comissão permanente da Comissão Técnica de Normalização em Informação e Documentação (CT7) do Instituto Português da Qualidade. Coordena ainda o Projeto de salvaguarda dos arquivos das associações de cultura, recreio e desporto: diagnóstico e estratégia.
A sua experiência profissional estende-se ainda à organização, descrição, informatização e disponibilização de arquivos na internet de arquivos públicos, tendo coordenado serviços e projetos neste domínio em entidades privadas ligadas à Igreja Católica.
É doutorando em Ciência da Informação. É assistente convidado do Mestrado em Curadoria e Gestão da Informação da Universidade Nova de Lisboa (UNL). É formador da Direção Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas - INA desde 2003. É investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da UNL tendo feito parte da comissão organizadora dos encontros de Arquivos Universitários (2013), Arquivos Científicos (2014), Arquivos da Administração Pública (2015) e Curadoria Digital (2016).
É Vice-Presidente da Assembleia-Geral da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD). Integrou a coordenação do Grupo de Trabalho de Gestão de Documentos da BAD (dezembro de 2011- fevereiro de 2016).
Publicou diversos artigos e monografias e proferiu várias conferências nos domínios da Arquivística e da História, em Espanha, França, Brasil e Canadá. Foi responsável pela revisão científica da tradução portuguesa da obra de Jean-Yves Rousseau e Carol Couture, “Les fondements de la discipline archivistique”. Atualmente prepara uma obra em português, em co-autoria com o canadiano Michel Roberge, sobre gestão de documentos de arquivo.
A importância da arquivística e da salvaguarda patrimonial
A Arquivística passou a fazer parte da vida do homem e da organização dos acervos documentais e das bibliotecas, que apareceram tendo em conta o crescimento dos documentos e da necessidade de conservá-los para perdurar na história da humanidade. Sabemos hoje que a informação pode interessar tanto ao cidadão como ao investigador, sem nunca perder o seu valor primário.
Apesar de recente, o reconhecimento da vocação administrativa dos arquivos pode trazer novas oportunidades aos arquivos e aos arquivistas. Os arquivistas tornam-se efetivos guardiães dos direitos dos cidadãos e agentes activos na gestão da informação.
São estas e outras reflexões que serão abordadas e explanadas pela Professora Doutora Rosário Morujão na sua intervenção destes Encontros Documentais Arquivo, dia 25 de janeiro próximo, na Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, em Vila de Rei.
Maria do Rosário Barbosa Morujão
Notas curriculares
Doutorada em História da Idade Média pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde é actualmente Professora auxiliar. Membro integrado do Centro de História da Sociedade e da Cultura, dessa mesma Faculdade, e membro colaborador do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa. Pertence a diversos organismos científicos, entre os quais se destacam: APICES. Association Paléographique Internationale. Culture, Écriture, Société; Commission Internationale de Diplomatique; Instituto Português de Heráldica; SIGILLVM: Network for Research Seals and Sealing: History, Art, Préservation (membro da direcção); Sociedad Española de Ciencias y Técnicas Historiográficas; Société Française d’Héraldique et Sigillographie. Principais interesses científicos: história religiosa e social da Idade Média portuguesa; sigilografia; diplomática; paleografia; edição de fontes; codicologia; história do livro.
É coordenadora do projecto SIGILLVM: “Corpus” dos selos portugueses. 1. Inventariação, catalogação e digitalização da sigilografia eclesiástica secular portuguesa, desenvolvido entre 2014 e 2015, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e sediado no Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa (http://portugal-sigillvm.net/).
Leccionou durante vários anos cadeiras de Paleografia e Diplomática, História do Livro, Codicologia e o seminário sobre Bibliotecas e Arquivos Municipais do Mestrado em Política Cultural Autárquica da FLUC. Tem-se dedicado à edição de fontes, com dois trabalhos de maior fôlego nesse campo: a publicação dos documentos relativos ao mosteiro de Celas até 1437 (Um mosteiro cisterciense feminino. Santa Maria de Celas (séculos XIII a XV). Coimbra: BGUC, 2001) e a coordenação da edição dos testamentos do clero das catedrais portuguesas entre 1080 e 1325 (Testamenta Ecclesiae Portugaliae (1080-1325). Lisboa: CEHR, 2010).
O primeiro orador dos Encontros Documentais 2017 é José Pacheco Pereira, ilustre docente universitário e historiador; notabilizado pela sua atividade política e cívica no Portugal democrático. É da sua autoria, por ser um coleccionador compulsivo, a construção do Arquivo EPHEMERA. O arquivo de José Pacheco Pereira pretende retratar a vida política contemporânea de Portugal e de vários outros países nos últimos 200 anos. Para além de milhares de livros, revistas e documentos inclui uma colecção única de centenas de objectos essencialmente ligados à propaganda dos partidos políticos e a inúmeras manifestações que decorreram no país e no estrangeiro.
José Pacheco Pereira
EPHEMERA
Tem como objetivo divulgar materiais da biblioteca e arquivo pessoais de José Pacheco Pereira, em particular dos diferentes espólios, doações, ofertas e aquisições que deles fazem parte. Na medida do possível, do tempo e das circunstâncias, todos estes materiais estão acessíveis aos investigadores que deles necessitem para o seu estudo e trabalho, nos condicionalismos normais de uma biblioteca e arquivos privados. Dada a dimensão e qualidade de alguns dos materiais, em particular as espécies únicas e as coleções especializadas inexistentes em bibliotecas e arquivos públicos, o objetivo, a prazo, é tornar disponível a todos, este acervo.
Nota Biográfica e Curricular
Nasceu no Porto, na Rua de Santos Pousada, duma família de classe média, porém com raízes aristocratas que remontam à Idade Média. Neto do pintor Gonçalo Pacheco Pereira, filho de Álvaro Gonçalo de Lima Pacheco Pereira (Porto, Bonfim/Cedofeita, 4 de Agosto de 1921 - 5 de Maio de 2012), cuja avó paterna era Espanhola, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, professor de História e Filosofia do ensino secundário, descendente por bastardia dos Senhores de Aveloso, Senhores do Préstimo e Alcaides-Mor de Vila de Rei; e de sua mulher (casados no Porto, Bonfim, Igreja de Nossa Senhora da Conceição, 20 de Março de 1948) Maria Celina Machado (Porto, Bonfim, 5 de Julho de 1920/1 - Porto, Vitória, 17 de Junho de 1996/7), funcionária pública. É irmão de Beatriz Pacheco Pereira e cunhado de Mário Dorminsky.
Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1978. Já tinha aí obtido o bacharelato em 1971. Iniciou então a sua carreira como professor do ensino secundário, que acumularia com uma intensa colaboração nos meios de comunicação social. Licenciado também em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa com um MBA pela Boston University School of Management.
Pacheco Pereira recolheu, classificou, organizou e estudou de forma sistemática documentação sobre a vida política portuguesa, tendo lançado a revista Estudos sobre o comunismo: Boletim de estudos interdisciplinares sobre o comunismo e os movimentos comunistas (inspirada pela revista Communisme, de Annie Kriegel e Stéphane Courtois) em 1983. Foi diretor da revista, de cujo conselho de redação faziam parte, para além do próprio Pacheco Pereira, Fernando Rosas, Rogério Rodrigues, Maria Goretti Matias, António Moreira, José Alexandre Magro («Ramiro da Costa») e Manuel Sertório.
É ainda docente no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa, tendo também sido docente na Universidade Autónoma de Lisboa.
É colaborador regular da imprensa escrita. Actualmente é cronista do jornal "Público" e da revista "Sábado", tendo sido no passado colaborador do "Semanário" e do "Diário de Notícias". Também é comentador político na televisão, nomeadamente na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, programa que sucedeu ao Flashback da TSF, tendo na década de 1990 participado no programa Viva a Liberdade! da SIC, juntamente com Miguel Sousa Tavares e António Barreto. Também participou, em 2008, no programa Minuto a minuto, do Rádio Clube e faz actualmente o programa Ponto/Contraponto na SIC Notícias, um programa de comentários sobre comunicação social, media, jornais, rádios, blogues, livros e televisão. Na blogosfera, assina os blogues Abrupto, Estudos sobre o Comunismo e Ephemera.
A 9 de Junho de 2005 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.
Reside na Marmeleira, em Rio Maior. A sua biblioteca, com cerca de 110 000 títulos, é possivelmente a maior biblioteca privada portuguesa e Pacheco Pereira está a estudar a possibilidade de a converter numa fundação.
https://www.facebook.com/ArquivoEphemera
http://www.sabado.pt/vida/detalhe/pacheco_pereira_lanca_site_baseado_no_seu_arquivo_pessoal.html